quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Lixo Hospitalar - Parte 1

1.INTRODUÇÃO

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado "LIXO HOSPITALAR", sempre se constituiu um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários.
A atividade hospitalar é por si só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade de atividades que se desenvolvem dentro destas empresas. O grande volume de compras de materiais e insumos para fazer funcionar esse complexo que é o hospital só vem a confirmar essa alta geração de volume de lixo hospitalar.
O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto fazem com que, em muitos casos, os resíduos sejam ignorados ou recebam um tratamento com excesso de zelo, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares.
A incineração total do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, sendo ainda neste caso, uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.
Em sua grande maioria, os hospitais pouco ou quase nenhuma providência tomam com relação as toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos se limitam a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, lançam diretamente em lixões ou simplesmente "incineram" a totalidade dos resíduo.
É importante também destacar, os muitos casos de acidentes com funcionários envolvendo perfurações com agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais denominados perfuro-cortantes.
O desconhecimento faz com que este fantasma, chamado "LIXO HOSPITALAR", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.
O lixo hospitalar é o que resulta da manipulação em hospitais e clínicas, e formada em sua maioria por seringas, agulhas, luvas, sondas, cateteres, restos de alimentos de enfermos, restos de limpeza de salas de cirurgia e curativos, gazes, ataduras, peças anatômicas, substâncias químicas em geral e demais materiais descartáveis.
Esse lixo que pode estar contaminado com microorganismos causadores de doenças, representa um grande perigo à saúde das pessoas e ao nosso meio ambiente também.

2.OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo, orientar aos profissionais e unidades de saúde, quanto a importância da separação e destino correto do lixo hospitalar, visando a educação ambiental e contribuindo assim para a prevenção de acidentes, e maiores danos para o meio ambiente e a população e, também a criação de um e-mail e telefone para um disque denúncia para o lixo hospitalar incorreto.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· Orientar quanto a classificação dos grupos de resíduos.
· Orientar o acondicionamento e destino dos grupos de resíduos.

3.CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS

3.1 GRUPO A - INFECTANTES

Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido a presença de agentes biológicos (INFECTANTES).
Enquadram-se neste grupo, dentre outros: sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções, secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo dos meios de transporte, objeto desta Resolução. Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes, vidros quebrados, etc, provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

3.2 GRUPO B - QUÍMICOS
Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente devido às suas características químicas.

Enquadram-se neste grupo, dentre outros:
a) drogas quimioterápicas e produtos por elas contaminados;
b) resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não-utilizados); e,
c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

3.3 GRUPO C - RADIOATIVOS

Rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05.

3.4 GRUPO D - ADMINISTRATIVOS
Materiais provenientes das áreas administrativas, resíduos alimentares da produção de alimentos, áreas externas e jardins, sucatas e embalagens reaproveitáveis.







4. ACONDIONAMENTO E DESTINO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

4.1 GRUPO A.

Material perfuro-cortante em caixas de papelão reaproveitadas e adaptadas para esta finalidade, demais resíduos em sacos plásticos brancos identificados com a simbologia de material infectante.
O destino seria esterilização à vapor (através desse sistema o lixo pode ser desprezado após no lixo comum), ou a incineração e/ou aterro sanitário através de sistema de coleta especial.


4.1.1 ESTERELIZAÇÃO

Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de microorganismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico-químico.
· Métodos físicos: vapor saturado e calor seco (10 a 30 min);
· Métodos químicos: glutaraldeído e formaldeído (baixa temperatura, rápido);
· Métodos físico-químicos: Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO), Plasma de Peróxido de Hidrogênio, Vapor de Formaldeído (baixa temperatura, rápido).

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